Muito interessante conversar com amigos e ver alguns reclamando do que fazem, fazendo horas extras e ganhando algumas noites mal dormidas por causa do excesso de trabalho.
Mais interessante conversar com amigos trabalhando em projetos pessoais e dedicando +15 horas por dia e finais de semana sem ainda ter ganho R$1 por todo o trabalho sendo desenvolvido. E terminando os dias com um sorriso no rosto sem explicação.
Ou melhor, tem explicação: estas pessoas estão fazendo algo que gostam.
Em uma das minhas empresas, eu indico para a equipe que não façam horas extras. Quero que o time tenha seu tempo disponível para dedicar em outras atividades. Cursos, projetos pessoais, esportes, leituras, cinema, amigos, enfim, qualquer atividade que seja proveitosa e que ajude no processo de crescimento pessoal.
Muitas vezes as pessoas do meu time ficam mais horas que o “combinado” trabalhando, algumas vezes por realmente precisar ficar atuando em alguma ação de correção. Só que normalmente tem uma explicação relacionada a motivação do momento. Eles estão com vontade de ficar mais alguns minutos e concluir uma atividade que está sendo interessante. Não querem deixar para amanhã. Querem ter o gosto de terminar a tarefa ainda no dia de hoje. Querem terminar o dia mais felizes do que começaram.
Isto me lembra a frase que escrevi de presente para um amigo:
Não é uma questão de fazer sentido. É uma questão de sentir.
Quero dizer com isto, que muitas vezes pode não fazer sentido uma jornada de 10, 12 horas de trabalho. Pode não fazer sentido um dia de Sol no lado de fora da janela e estarmos trancados trabalhando em algo ou estudando um novo assunto. Só que o ponto não é fazer sentido, mas justamente o que estamos sentindo enquanto estamos fazendo esta atividade, qualquer que seja ela.
Domenico de Masi trabalha com o conceito de ócio criativo, que é o momento onde não conseguimos identificar o que estamos fazendo. Estamos trabalhando? Estudando? É um momento de diversão?
A reflexão aqui é justamente pensarmos nas atividades que estamos fazendo… elas fazem parte das horas em que fazemos o que gostamos? Aproveite este momento para sair do piloto automático que a vida nos coloca muitas vezes, e vamos pensar a respeito disto. Onde você gastou o seu tempo na semana passada? O seu tempo foi investido em atividades que você tinha interesse? Ou atividades em que alguém tinha expectativa?
Aqui vem um outro ponto importantíssimo. Temos capacidade de dizer não? Osho tem a frase clássica, em que se não temos capacidade de dizer não, o nosso sim não vale nada.
Então agora é hora de você dizer um não para tudo que está fazendo você fugir dos seus interesses e daquilo que você quer para o seu dia a dia. A definição de um estilo de vida e o entendimento do que queremos e principalmente, do que não queremos, é o caminho para começar uma vida mais consciente. Novos hábitos.
5 pensamentos sobre “A hora de fazer o que se gosta.”