Procuramos independência, acreditamos na distância entre nós. Isso fala uma letra de música. E eu sempre fiquei pensando sobre a palavra independência como algo complicado de vivenciar… afinal somos conexões. Somos consumo, troca, escuta e aprendizado. Somos comunidade. Não somos nada extraordinários… somos bem fracos e incompletos. Justamente por precisarmos de outras pessoas para conectar com a nossa missão de vida. A minha é fazer tudo o que eu fizer DE propósito. Aprendi em 2015 sobre isso.
Em cada relação que temos, podemos interpretar cuidado com controle. Cuidado é algo que vai nascer e crescer com algumas pessoas da sua rede. Cuidado e presença são palavras comuns para as pessoas que estão neste local.
Controle vai ir para outro lugar. Controle pode significar insegurança ou falta de balanço. Uma relação desequilibrada (não funcional) pode causar algo assim. Tanto de existir controle ou de alguma das pessoas se sentir controlada.
O controle pode ter componentes de insegurança, ansiedade, frustração. A pessoa que se sente controlada, presa, também pode simplesmente estar vivendo uma vida falsa, com um trabalho que não gosta, um relacionamento que não faz mais sentido, comprando coisas que não precisa. Ao perceber que falhou em algum aspecto da vida ou que deixou para trás uma vontade muito forte, mais forte se torna o arrependimento constante ao notar estes buracos na vida que foi construída até aqui.
A pergunta que me faço é porque seguir a relação com todos estes componentes?
Que aprendizado ainda pode existir em um local destes? Seja um relacionamento afetivo ou uma relação trabalhista?
O que consigo perceber é que ao longo da vida podemos ter desenvolvido “questões” ligadas com dependência emocional. De que lugar veio, de onde foi construída, terapia vai ajudar no entendimento. Em algum ponto da vida vamos perceber que existe algum componente deste tipo. Quando chega este momento, vamos passar mais um tempo tentando aprender sobre origens e motivações. Testamos abordagens e repetimos ações, achando que estamos fugindo do problema, tentando nos achar.
A vida é encontro. E acabamos encontrando pessoas que vão nos fazer aprender, sofrer e viver. Algumas pessoas que vamos conhecer eram as essenciais para a nossa vida, mas desperdiçamos oportunidades. Por vezes acabamos presos com pessoas que não nos preenchem, mas por algum motivo a gente acredita que é feliz. Por não saber o que é a real felicidade.
E quando se acorda? Quais são as primeiras percepções? Posso falar por mim.
O que comecei a perceber é o entendimento de pessoas que entendem que por estarem próximas, estão presentes. E eu já me senti altamente sozinho em multidões, assim como já estive muito feliz distante de muita gente importante para minha vida. Também já me senti perdido e longe abraçando uma pessoa. Parece não fazer sentido, mas tem muita ligação com a nossa capacidade de sentir, habilidade que deveria ser pergunta constante nos nossos dias. Pense aí: o que você está sentindo agora?
Talvez o desafio da vida não esteja em desbravar lugares descobrindo o mundo, mas poder fazer um mergulho em nosso ser. Eu fico pensando que nascemos um quebra cabeça, e conforme nossas vivências e oportunidades de consciência, temos a oportunidade de ir descobrindo peças. Temos a oportunidade de nos descobrirmos.
— Daniel Wildt
Extra: Vai lá, escuta a música.
Extra 2: sobre o fazer DE propósito.
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