Quando penso em uma das minhas atividades de trabalho, de capacitar pessoas e ajudar no ganho de consciência, lembro sempre da conversa do insistir x persistir.
E estava pensando nas palavras rejeição x repulsa. Estas palavras podem ajudar nesse processo de seguir em frente. Ou de entender melhor sobre o que estamos falando.
Exemplo 1
Eu não gosto de acordar cedo. É uma ideia que rejeito normalmente. Agora estou aqui acordado 6:30 da manhã me preparando para uma reunião que tenho pelas 8:30. Apesar de normalmente rejeitar essa ideia, não existe uma repulsa. Não tenho aversão com a ideia de acordar cedo.
Exemplo 2
Quando desenvolvemos um produto, e lançamos uma funcionalidade. Quando montamos uma campanha de crowdfunding, e pedimos apoio. Nesses dois casos é importantíssimo entender rejeição e repulsa.
Rejeição vale logo entender qual é a objeção e trabalhar nela. Visual, informação, oferta, teremos várias opções.
Repulsa? Talvez seja o público alvo. Talvez a gente tenha que olhar diferente para quem vai consumir nosso trabalho. Um feedback negativo vai nos ajudar a perceber isso. E não mais insistir. 🙂
Exemplo 3
Ontem participei de um encontro, uma conversa sobre empreendedorismo em uma feira de oportunidades. Já por lá alunos confessando que não iriam na atividade porque não queriam ver pessoas lendo slides e falando de si.
Senti uma pitada de repulsa, mas esses sentimentos são muitas vezes subjetivos. Se dois ou mais colegas falassem diferente, talvez a opinião desse aluno fosse diferente. Agora, talvez demore algum tempo até essa volta acontecer e o aluno possa expandir o mapa de mundo que ele tem.
Bom… bééééééé! Faltou pesquisar mais, aluno. 🙂
O encontro na minha opinião foi EXCELENTE! Se tornou uma grande roda de conversa, com pouco mais de 10 pessoas. Conversamos por 2 horas.
No passado eu teria achado o encontro ruim, pouca gente, faltou divulgação, mas confesso que tenho gostado mais desses encontros com pouca gente, talvez reflexo dos meus grupos de mentoria.
De todo modo, quem organizou esse encontro pode pensar melhor sobre o público alvo a ser atingido. Eu tentaria em alunos de início de curso. E alunos se formando. Eles são mais abertos por estarem começando e os formandos pelo medo do mercado. E buscaria objeções deles, que desafios eles percebem hoje. E essas perguntas seriam usadas para divulgar a atividade.
Blá blá blá mas e do encontro Daniel, como foi? Resultados? Dali saiu uma oportunidade de uma nova palestra para eu fazer em uma disciplina de empreendedorismo da universidade, conheci gente nova, dois alunos já saíram com uma oportunidade de participar do processo de seleção da uMov.me, e os alunos também ganharam novas conexões entre eles. E ah, eles vão me adicionar no linkedin, e vou dar dicas pra melhorarem os profiles e dicas para networking, claro, dos que pedirem isso.
Estatísticas. Número de slides? ZERO! Previsão de slides? ZERO. Nem mapa mental eu montei para essa atividade. Estava preparado para ser um grande momento de perguntas e respostas e trocas de experiências. E assim foi.
O comportamento desses alunos que não foram segue o mesmo do Daniel Wildt aluno cabeça dura de muitas vezes. Quer dizer, com o adicional do Pokemon Go, com uma galera espalhada pelo campus caçando.
E aí entra um aprendizado, que veio adaptado diretamente do Pedagogia da Autonomia, do Paulo Freire. E talvez seja o que faça eu aproveitar sempre os encontros, seja com 1 pessoa ou 1000 pessoas. Eu não foco mais nos alunos que não foram, mas sim nos alunos que passam a fazer parte da minha rede de contatos. E que aproveitaram essa roda de conversa. E que me deram a oportunidade de conhecer mais da realidade, desafios e vontades deles para esse mundo empreendedor.
Que oportunidades você está deixando passar por uma certa “repulsa” mascarada de falta de informação?
— Daniel Wildt (faça parte do meu clube)