Em um determinado post, o Nicolas Iensen, fala assim:
O maior equívoco da história da gestão foi acharem que não existe gerencia sem gerentes.
Eu comentei em um evento do Grupo de Métodos Ágeis do RS que na minha equipe não existem gerentes. Mas estava sendo injusto. Muito injusto.
O ponto é que eu acredito em algumas coisas como:
- Quanto mais tempo de empresa as pessoas possuem, mais liberdade elas terão.
- A responsabilidade de uma pessoa aumenta de forma diretamente proporcional a sua liberdade.
- Não acredito em gestão centralizada – acredito em pessoas diferentes liderando assuntos que fazem sentido para elas. Lidere suas causas! Assim seu trabalho vira diversão.
- Todos do time são responsáveis por todos do time. Ou não é trabalho em equipe?
- Auto organização – quem sabe a melhor forma de funcionar, de acertar uma tática, é o próprio time.
- Auto gerenciamento – quem sabe onde está doendo e definir ações, retomadas, ações em crise, também é a equipe.
- Não acredito em gerentes, mas sim em pessoas capazes de gerenciar. E através de vivência prática, trabalhando e vivendo problemas reais.
- As pessoas devem ser capazes de gerenciar seu próprio tempo. Assim podem gerenciar melhor o tempo do seu time e por consequência da empresa.
- … dá para fazer um livro disto, mas enfim, estes já mostram meu ponto.
O grande “problema” disto pode ser quando a equipe fica muito grande. Já passamos por situações assim e em breve vamos passar novamente. Grande para mim é uma equipe com mesmo foco, com mais de 20 pessoas ok? Você pode escolher ter várias destas células com poucas pessoas, e o problema volta a ficar menor na gestão da equipe, e aumenta na gestão entre equipes, mas isso também pode ser assunto para outro post. 🙂
Mas… medo não tenho. Porque eu tenho uma equipe que ao encontrar um desafio de comunicação, vai enfrentar este desafio. E aí vai para outro ponto que para mim é muito importante. Atitude! Que atitude você quer presente na sua equipe?
Joel Spolsky fala em se “falar menos“, e os problemas de comunicação quando temos “muitas pontas” para amarrar. Os problemas que acabamos tendo em grandes grupos. Acredito nisto, mas o bom senso aparece nestes casos. Vamos trabalhar em duplas ou trios para um determinado assunto. Não com a equipe toda. E vamos ter eventos onde todos serão envolvidos. E saber dosar isto. E saber dos prós e contras de ter um excesso de comunicação ocorrendo.
Se não controlarmos estes pontos, não será possível trabalhar no trabalho, porque vamos ficar apenas em reuniões e discutindo assuntos que podem ser discutidos em um grupo menor de pessoas. Por isto que devemos ter foco. E confiar no trabalho da equipe.
O Problema é que historicamente é sabido que grandes times são resultado de grandes lideres.
Pensando em exemplos esportivos, a equipe brasileira de futebol de 1970, ou a equipe americana de basquete de 1992 (o Dream Team), só se tornaram grandes times devido a seus capitães e técnicos.
Por mais gabaritados que sejam os integrantes de uma equipe, eles por si só não formam um time. Precisam de um ponto focal, de alguem que alinhe todas as expectativas e objetivos, para só ai transformar esse grupo de pessoas em um time vencedor. Essa pessoa é o gerente, o técnico. Alguem responsável por definir os lideres/capitães desse time.
Em todo caso, um grande time precisa de um grande gerente. Não adianta colocar profissionais incriveis com um gerente mediocre. Essa sim deveria ser nossa preocupação, achar as pessoas certas para as funções certas, e não tentar acabar com uma função por falta de pessoas…
Olhando o Dream Team de 1992. Todos os jogadores daquele time eram capazes de definir uma partida nos últimos segundos. Inclusive o Christian Laettner (http://en.wikipedia.org/wiki/Christian_Laettner) que era o único universitário jogando. Meu ponto para isto é que aquele time não precisava ter um único líder. A liderança, responsabilidade, era compartilhada.
Ainda assim aquele time tinha um técnico, Chuck Daly e outros assistentes como Coach K. Neste ponto acho válido. Um trabalho de coaching com equipes. Dando poder a esta equipe.
Agora, não vejo o avanço de um time aliado a uma única pessoa e sem a participação da equipe como um todo. Cada componente do time tem capacidade de se desenvolver e fazer as coisas acontecerem.
Fala para a CBF proibir os técnicos (treinadores) de futebol, pois “cada jogador (componente) do time tem capacidade de se desenvolver no campo e fazer as coisas acontecerem (ganhar o jogo)”. Pede para as universidades e faculdades, eliminarem os cursos de Administração, onde ensinam aos alunos como ser “gerentes” e gerenciar. Finalmente, apresenta alguns exemplos de grandes empresas (não mini-micro-empresas) que tiveram sucesso sem gerentes.
Hehe, acho que não é por aí. Melhor ler o texto com mais calma, e ler um pouco dos comentários também. 🙂
Vamos aos fatos. Conheço uma empresa com +1800 funcionários, onde os times são treinados para serem auto organizados e funcionarem muito bem, em se gerenciarem também. A empresa possui estrutura de gestão, uma hierarquia “leve”, possui pessoas com papéis de gerentes, mas ela espera que todas as pessoas sejam capacitadas e se preparem para saber gerenciar.
Em nenhum momento falei que sou contra gerentes. O meu ponto é que eu quero pessoas capazes de gerenciar. Se o “rótulo” da pessoa é gerente ou desenvolvedor ou pintor, não me interessa.
No contexto que tenho vivido agora, com uma equipe de até 20 pessoas, consigo trabalhar no dia a dia sem ter uma pessoa centralizando papel de gestão e fazendo isto funcionar dentro de toda a equipe, dividindo as causas.
Se tem problemas? Tem vários, mas como comentei no post, o time está conseguindo viver e ter a atitude para trabalhar e resolver eles, e assim melhorando como equipe.
Sobre as faculdades eliminarem os cursos de administração, práticas de gestão não é um assunto que deve ser ensinado no curso de administração. Deve ser ensinado em todos os cursos! Só que o problema não é ensinar gestão, é poder praticar e ter vivência neste assunto. Aí deixo a dica do Henry Mintzberg — ele fala que não é possível criar um gerente ou um líder na sala de aula. E eu concordo com ele.
Da mesma forma, trabalhei em empresas com +10 mil pessoas, onde vários times dentro desta empresa conseguiram atingir esta capacidade de se auto gerenciarem, sem precisar ter um papel centralizador, ganhando autonomia e respeito da gerência em questão. Novamente, existiam os papéis de gerentes, mas eles eram sempre apoiadores, e não centralizadores. Estes times como um todo sabiam gerenciar, foram preparados e aceitaram o desafio para isto.
Qualquer outra dúvida, pode enviar!
O comentário éra só para gerar mais discussão. O titulo me parece muito forte, muito genérico, que atinge domínios fora de TI, pois o problema não é de gerentes e de gerenciar. O problema SEMPRE foi de LIDERANÇA, e onde nem todo gerente é líder. Ainda agurado o nome da empresa com +1800 funcionários ou a de +10 mil pessoas (quero conhecer e pesquisar sobre elas) , ou vou pensar que a tua teoria só vale para grupos de até 9 pessoas, como afirmaba o “guru” Kent Beck (eXtreme Programming eXplained, pág.89), onde tudo é mais FÁCIL e mais ÁGIL e não precisa de gerentes.
Infelizmente não posso falar publicamente, mas com um pouco de engenharia social podes descobrir quais são as empresas. http://www.linkedin.com/in/danielwildt
Tem outras neste formato que já atendi em consultorias e treinamentos.
Quanto a teoria valer para grupos menores, não precisa pensar não. Podes ter certeza que a comunicação vai funcionar muito melhor em grupos menores. Não tenha dúvidas sobre isto.
Agora… não importa o tamanho da empresa, as equipes podem continuar sendo pequenas mesmo em empresas gigantes. E isto é tranquilo de se conseguir. Então sinceramente, não me importa muito o tamanho da equipe, e sim como ela está organizada. Qual é a atitude desta equipe perante problemas.
Mesmo sendo uma equipe pequena, ela pode não funcionar sem ter uma pessoa fazendo a gerência dela em 100% do tempo. Então, mesmo a questão do tamanho da equipe é questionável.
Também é sempre relevante entender o quanto de comunicação vai precisar existir para gerenciar comunicação entre equipes.
O que acaba sendo muito importante quando equipes estão distribuídas e precisam se organizar.
Porque o “guru” no Kent Beck? O que faz dele um guru?
Quanto ao livro, eXtreme Programming eXplained, sugiro sempre a segunda edição do livro. Ela é mais consistente com as disciplinas do eXtreme Programming e na forma de adoção delas por equipes.