A quantidade de água que precisamos por dia. A frequência de refeições. Se temos onde dormir e nos aquecer, quando está frio. Se temos por onde manter a nossa higiene. Se podemos dormir quando temos sono. Se temos a possibilidade de sentir algum desejo.

Vejo um mundo falando em possibilidades e liberdade, mas somos presos em nós e no nosso meio e nas dependências que temos em pessoas, finanças e outras estruturas que estão postas.

Trocar o pensamento de dependência por interdependência. Pela nossa habilidade de nos juntarmos e colaborarmos. Pela nossa possibilidade de presença e de ver outras pessoas que fazem parte e são importantes na nossa vida.

A biologia, nesse olhar das nossas relações com o ambiente e como nos relacionamos e funcionamos em nós e entre nós mesmos, vai detectar que a natureza em muito ficou para trás? Que a nossa vida, para as pessoas “da cidade”, virou concreto? Que a nossa ecologia virou histórias em páginas de livros ou um evitar de usar canudos?

Nossas relações são fúteis, rasas, baseadas em interesses e não em necessidades. Somos resultados deste processo?

O normal parece que somos relações eu-isso, lá de Martin Buber, em essência. Relações utilitárias. Não temos tempo de conhecer, reconhecer, conectar e aprender em relações eu-tu, abertas ao que pode acontecer. Cadê o tempo para o acaso, a calma e a pausa?

Nos perdemos?
Ou estamos sempre nos perdendo e buscando algum tipo de encontro?

O que era para ser a nossa biologia?

— Daniel Wildt

P.S.: Lembrar de pensar nas nossas necessidades básicas, ou as que estamos priorizando.

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