Fleumático

A calma excessiva pode levar a total ausência de emoção?

Por um tempo aceitei isso e acreditei.

Eu tinha que aguentar, demonstrar calma. Não tinha tempo de sentir nada do que estava acontecendo pois os problemas só aumentariam, no meu pensamento. Segura a onda, engole os pensamentos, dá conta depois.

Seja estoico, aprendi uma vez. Só esqueci de entender que a prática do journal é o que me ajudaria a “não sentir na hora” e “sentir tudo depois”, na hora de colocar os sentimentos e acontecimentos no papel.

Por um tempo, um bom tempo, me tornei um acumulador de emoções. E diria até colecionador, pois não consumia, nem trocava, nem deixava as emoções irem para outro caminho.

Por vezes, implodia. E dependendo do contexto, poderia até explodir, mas o normal era implodir e me sentir mal, ao tempo que me convencia que era minha tarefa “ser assim”.

Não sei dizer se buscar evitar emoções me fez uma pessoa calma, ou se ser calmo me levou para este lugar de por vezes, muitas vezes, evitar emoções.

O não sentir é a pior coisa que posso fazer comigo. Sentir, seja no dar sentido ou qualificar sentimentos, me torna presente e expõe a minha humanidade.

Então, que eu possa sentir. E ser calmo.

— Daniel Wildt

P.S.: faço terapia desde 2010. Minha terapeuta faz uma pergunta com muita frequência… “e como tu estás te sentindo”? Essa frase ainda me gera aprendizados semanalmente, quando reconheço que passei por algo “sem sentir” ou “não refletir”.

P.S.2: me lembrei de uma música, Acumulador de Emoções, de Lucas Hanke. Recomendo.

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