OK, eu sei que muitas vidas são baseadas em tempos certos e agenda rígida, mas ainda assim você pode ter abordagens para saber como funciona para fazer o seu trabalho acontecer. E poder ajustar conforme o seu desenho de estilo de vida.
Estava ouvindo uma fala de Ryan Holiday, que tem uma prática de escrita muito forte, que comentou uma questão que eu vivo muito e que aparece de diferentes formas no meu planejamento. Quero comentar esta história dele e depois vou trazer exemplos e como eu acabo me organizando nas agendas.
Quando o Ryan foi questionado sobre o tempo para escrever capítulos de um livro, ele trouxe uma vivência que eu tive dois dias atrás. Quando eu vou escrever sobre algo que já falo sobre ou ensino ou pratico de forma muito frequente, o texto flui por eu estar funcionando em um modo de documentar o que eu faço e trazer para o contexto daquela escrita.
Agora, pode acontecer de eu estar falando de um assunto que considero importante complementar com estudos e referências que não são ditas no meu dia a dia. Neste caso eu preciso de um tempo maior para releituras, escolha de artigos de apoio, entender que números e referências quero citar. Eu até posso ter o mínimo que preciso para contar a história, mas estes elementos extras vão me demandar mais tempo, para pesquisa e reflexão.
E aí eu encontro meu ponto de decisão sobre o que vou fazer. Eu tenho tempo disponível ou eu tenho somente um tempo limitado para trabalhar? O tempo limitado não é um problema… é o tal tempo de progresso. Só que por vezes para atingir certos objetivos, preciso ter mais tempo contínuo disponível.
E aí meu funcionamento tem operado assim… vou dar exemplos e como eu atuo:
- Tenho 60 mins para escrever pro blog e para um capítulo do livro. Neste caso eu escolho um post de blog que já está “meio pronto” ou algum assunto muito quente. Eu sonho em conseguir fazer mais posts como o do Seth Godin, curtos, mas consigo muito pouco.
- Tenho tempo livre para escrever. Neste caso eu normalmente vou selecionar partes para escrever que demandem mais pesquisa ou que precisem de espaços de leitura ou organização. O trabalho de iniciar um livro me exige bastante deste tipo de tempo, pois preciso organizar índice, pensar em atividades de leitura e pesquisa que preciso colocar presente, por exemplo.
- Tenho 30-40mins para caminhar. Eu me preocupo em conseguir fazer pelo menos 2Km de caminhada e isso me ocupa não mais que 25mins do processo de sair de casa, caminhar e retornar. Se eu consigo mais tempo, aí tento buscar 45-60 mins em exercício. Em algum momento vou voltar a fazer 5 Km em meia hora.
- Tenho 20 mins para arremessar. Eu vou acabar focando em arremessos que me façam movimentar mais. Arremessos mais perto da cesta, alguns movimentos para poder cansar um pouco e normalmente os 10 últimos arremessos certos, eu vou buscar arremessos de três pontos. E neste usar os 10 últimos arremessos é que eu sei que vou precisar de pelo menos 15-25 arremessos para acertar 10, baseado na média que tenho feito em treinos de três pontos.
- Tempo livre para arremessar. Pelo menos 200 arremessos certos e adicionais 50 arremessos de lance livre e 20-30 arremessos de três pontos. Nestes casos eu utilizo uma estratégia mais versátil e me permito ter mais tempo entre arremessos.
É importante entender que algumas atividades nossas podem ter estes tempos de progresso, mas dependendo da atividade é melhor termos um tempo maior presente, para permitir que o processo de criação tome forma com a paciência que ele precisa.
Aí neste caso eu vou definindo mais blocos de tempo protegido, para garantir que estou tendo o momento calmo e assim poder explorar um assunto.
O tempo do modo descoberta é diferente do tempo em modo entrega.
— Daniel Wildt
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Uma resposta a “Qual o seu funcionamento? Prática por tempo ou por atividade?”
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