Final de ano chegando é sempre um momento para explorar metas diversas, pensar naquelas aquisições materiais que não vão servir para nada, cores para vestir que indicam algo que você não faz a menor ideia de como alcançar sem uma ação divina. Símbolos para acreditar, que façam você ir para um imaginário onde tudo funciona e praticamente você não precisa conviver com você mesmo. Pessimista eu, entendo.
Várias motivações para fugir do olhar pra dentro. Para o necessário.
A verdade é que olhar para dentro pode ser bem frustrante. O olhar para dentro é um momento único, quando acontece de forma genuína. Movimento dolorido, onde a gente encontra e percebe tudo o que falta de verdade.
Do amor que faz falta. Vem em forma de tristeza. Ressentimento. Raiva. Medo, até do silêncio, por exemplo.
Tive um natal onde eu fiz esse olhar pra dentro.
Já tinha acompanhamento psicológico fazia cinco anos. Estava estudando e praticando de forma mais intensa programação neurolinguística por esse tempo também e começando meus estudos e prática em comunicação não violenta.
Foi um momento horrível, e entendi o que muitas pessoas conhecidas me diziam sobre não conseguir viverem sozinhas ou em silêncio. Foi perturbador. E foi importante para que eu pudesse “sentir” o que estava acontecendo dentro de mim naqueles dias. Eu estava triste, e consegui conectar com a tristeza.
Desde então, comecei a buscar estes momentos de silêncio consciente. Sempre fui mais do tipo de observar. Sempre fui mais de ouvir do que falar. Essa característica me ajuda muito nos dias de hoje, ainda.
E ao invés de me afastar do problema, eu me aproximei dele, e ressignifiquei momentos da minha vida, vivendo, estudando e trabalhando, onde me sentia sozinho.
Olhar pra dentro pode gerar diversos sentimentos, não só tristeza. Eu não consigo ser alegre o tempo inteiro, mas em diversas vezes eu consigo.
Estar sozinho não significa estar em solidão.
— Daniel Wildt
Extra: tem gente que não consegue olhar pra dentro, outras nem olhar pra cima.
Eu tenho me afastado destas pessoas, sistematicamente.
Extra 2: curiosidade… tempos depois daquele natal, aprendi a ter almoços sozinho, só comigo.
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Um pensamento sobre “Não olhe pra dentro”