Não importa o quão excelente tecnicamente você é ou vai ser em algo. O jogo sempre vai ser mental.
A coisa que eu mais gosto sobre esportes é do lado mental. O lado da competição interna, mais do que a externa. Eu gosto muito de treinar basquete. Por algumas vezes já fiz +25 arremessos certos seguidos da distância do lance livre. Eu me sinto muito bem depois que isso acontece, mas preciso me lembrar que no mundo real ainda tenho grande chance de errar um arremesso de lance livre quando este acontece com jogo empatado e poucos minutos para acabar a partida. O jogo é mental. O jogo é interno.
Você pode ser uma pessoa excelente executando o seu trabalho. Agora, quando o seu trabalho entra em modo crise, quando a frustração acontece e é grande, chegamos na hora de saber como você funciona de verdade. Como você funciona quando as coisas não estão “de acordo”. Quando a pressão acontece.
Eu falo sempre uma palavra: tranquilo. Isso irrita muito algumas pessoas. Essa palavra é um gatilho para minha total atenção ao problema e ao que está no meu controle. Ao tempo que começo a organizar as ideias e opções para poder avançar.
Minha irritação não vai fazer nada acontecer. Inclusive provavelmente quando eu ficar irritado, vou modificar minha respiração, vou fechar os olhos mais do que preciso, e isso pode me tirar do momento que preciso ficar.
E você sabe qual o maior desafio que tenho no meu aprendizado emocional? Gestão e cuidado da minha raiva. Eu adoraria que a minha raiva se transformasse em tristeza sempre, pelo menos eu me escutaria mais… o jogo de cuidado e vivência da vulnerabilidade é contínuo.
Esse tipo de treino só funciona na prática. Você pode pensar no que você acha que vai fazer quando um cliente cancela um contrato ou quando você perde uma grande oportunidade. Você só vai saber de verdade quando acontecer. Dinâmicas de grupo? Treinos? Sua cabeça sabe que é um treino, que é uma dinâmica. Vai ser próximo do mundo real, nunca é igual, mas pode ajudar você a entrar e se manter no modo de foco mais do que qualquer outra coisa. Esse é o grande aprendizado dos treinos e testes que podemos nos colocar.
Me lembrei de uma conversa que fiz com Cassiano Pires, Psicólogo que atua em psicologia esportiva. Conheci ele em quadras de tênis, e aqui entrevisto ele sobre este contexto e o contexto do basquete.
O jogo interno é o que mais vai importar, sempre. E quanto mais você pertencer ao ambiente que estiver jogando, mais fácil vai ser funcionar na vida que você levar. O mesmo vale para a temperança, e como você lida cuidando dos momentos de baixa e dos momentos de euforia.
— Daniel Wildt
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