Todo projeto paralelo que eu tenho representa algum problema ou tema que eu exploro. Todo treinamento que crio explora um conhecimento e minha forma de pensar em determinado problema. Os projetos não nascem com um foco comercial, e por vezes são financiadas por um bom tempo por outras fontes de receita até encontrarem sua sustentabilidade.
Nunca tive uma declaração ou algo que me ajudasse a entender o que isso significava pra mim. Aí assistindo um documentário sobre Frank Zappa, veio uma declaração que bateu:
“I think that any artistic decision that is based on whether or not you are going to make money it is not really an artistic decision. It is a business decision. … I came here to spend money on an English orchestra and record my music, so I can take it home and I can listen to it.” (Eu acho que qualquer decisão artística baseada em se você vai ganhar dinheiro ou não, não é realmente uma decisão artística. É uma decisão de negócios. … Eu vim aqui para gastar dinheiro com uma orquestra inglesa e gravar minha música, para poder levar para casa e ouvir.)
— Frank Zappa
Esta citação fala de um momento em que Frank Zappa paga uma orquestra inglesa para executar peças criadas por ele. Ele financiou o projeto e fez acontecer. Sem se preocupar exatamente com o resultado financeiro.
Eu crio treinamentos e crio palestras baseado no que quero expressar. Não em um foco para vender. Desde o primeiro treinamento que criei, desde a primeira disciplina de faculdade que desenvolvi uma ementa, eu não esta fazendo algo para atender uma expectativa. Estava criando um posicionamento e trazendo minhas crenças. Sempre foi assim. E você pode ter certeza que isso me prejudica muito financeiramente. Eu não falo a linguagem do mainstream. Eu não uso gatilhos mentais para fazer você pensar em escassez. Eu não falo que você precisa apoiar o meu projeto de crowdfunding porque algo vai acontecer… porque não vai. O projeto vai estar lá hoje, e amanhã também. Você pode fazer parte dele quando fizer sentido para você. E talvez seja nunca. E tudo bem. 😀
Minha principal métrica de sucesso sobre este processo é justamente eu poder seguir funcionando neste processo de criação. Eu posso seguir fazendo o que considero a minha arte, ou como tenho chamado, a filosofia da tranquilidade. E isso acontece porque eu não tenho medo de perder alguma das fontes de receita que tenho hoje. Já falei que isso começou comigo por uma questão de medo, mas este medo me habilitou a criar este estilo de vida baseado em fazer diversos projetos e poder explorar diferentes conhecimentos e habilidades. Inclusive buscando alguma sustentabilidade comercial deles em um dado momento.
Hoje eu classifico minhas fontes de receita em três tipos:
- Pagadoras de boletos. Estas jogam junto com a minha visão de despesas de vida. Duas ou três fontes de receita se encontram neste processo. Sei que já estamos no mundo do pix e das criptomoedas, mas me deixem com minha metáfora. 😀
- Criadoras de espaço. Normalmente são fontes de receita que me permitem alimentar outros projetos, ou até alimentar o próprio projeto relacionado a fonte de receita. Muitas vezes organizo treinamentos para poder criar dinheiro para outros projetos ou para ações que quero apoiar. E consigo fazer isso sem impactar a receita que preciso para dar conta das despesas de vida. Estas fontes de receita criadoras de espaço são colocadas em teste e por vezes são fontes que podem se tornar “pagadoras de boletos”. Possuem potencial para. O crowdfunding tem este pensamento, tanto o focado em português como em inglês. Os treinamentos também acabam funcionando assim, e vou criando ações para validar estes aprendizados, seja em ações online ou sob demanda. E como falei, alguns projetos que tenho e se sustentam, já fazem isso com esse processo, criando espaço para si mesmo.
- Segue o jogo. São fontes de receita que não “espero” que gerem grande sustentabilidade para outros projetos, mas que sejam capazes de sustentarem o seu próprio processo. É assim que vejo vendas de livros, monetização de canais. Até os treinamentos gratuitos eu coloco neste processo, ou conhecimento criado de forma gratuita. Eles servem para gerar conexão e eventualmente geram oportunidades de negócios, criadoras de espaço ou pagadoras de boleto.
Todo projeto paralelo que não tem capacidade de sustentação, se utiliza das fontes 2 e 3. Isso me limita em vários aspectos, e é a beleza de todo este processo. Poder operar com restrições é uma das práticas que mais me motivam para criar e explorar minha capacidade de entregar algo que poderia ser muito melhor, com mais qualidade. Esse exercício contínuo de encontrar formas de fazer, me permite perder cada vez mais o medo de fazer.
Ah. E se existe algum problema de você ter apenas uma fonte de receita? Não. É uma escolha pessoal. Muitas pessoas conseguem criar essa tranquilidade mesmo com apenas uma fonte de receita. Criando conceitos como fundos de emergência e criando uma disponibilidade financeira que ajuda nestas situações.
— Daniel Wildt
Você pode apoiar a minha jornada de conteúdo através do projeto A Filosofia da Tranquilidade! Venha conhecer mais a minha iniciativa!
Muito legal Daniel, gostei da filosofia da tranquilidade.