Ou… acabei de destruir minha capacidade de escalar. 🙂
Isso pode parecer complicado de entender, mas para cada contexto que sou chamado penso em uma nova palestra, com conteúdo personalizado. O mesmo vale para treinamentos. Eu quero modelar tudo sob medida.
Isso me gera uma série de “problemas”, que não tinha muita vontade de resolver não. Explico.
Em um material do Derek Sivers aparece a história de um músico que gravava as músicas em estúdio quando elas não seriam mais usadas em shows.
Estou chegando neste ponto. Talvez também ficando mais velho e pensando que gostaria de deixar todo meu conteúdo atemporal gravado por aí para quem fizer sentido algum dia?
Hoje eu já tenho um pouco deste funcionamento de gravar tudo, com minhas palestras. Eu não repito palestras e quase sempre gravo as mesmas. Isso me permite distribuir o conhecimento para mais pessoas ou permitir que as pessoas possam assistir o conteúdo novamente. Ok, algumas ficaram com áudio ruim, e tenho repensado estes casos ou até organizado uma repetição de algumas delas.
O outro lance é que depois que eu gravei, não consigo exatamente repetir a palestra. Em 2015 com minha curta carreira de palestrante profissional (apesar de ser massa ser pago para falar), cheguei ao ponto que eu não iria aguentar aquele processo de repetição, e dinheiro não entrava nesta equação.
O mais próximo disso é o #projeto720 que estou executando dentro do projeto de crowdfunding, onde uso um mapa mental que executei no passado (eu tenho álbum de mapas mentais) e trago uma reflexão com a cabeça do presente. Isso me ajuda a contar novas histórias e lembrar daquelas de quando escrevi o mapa mental. Por vezes estamos falando de eu estar refletindo em cima de um mapa montado 8-10 anos atrás.
Com relação aos treinamentos, os meus +10 anos dando aula em graduação e pós-graduação me ajudaram a não querer mais repetir conteúdos. Quando tive a chance de modelar uma nova empresa de treinamento, que acabou se tornando a Wildtech, consegui mudar de treinamentos de 70-80 horas para pequenos módulos de 3-4 horas de duração, com direito a novas formas de troca de ideias. Podem existir treinamentos de 16 e até 30 horas encomendados por alguma empresa para alguma formação específica, mas na prática são junções de pequenos workshops.
O que acontece é que depois de um tempo eu não consigo mais executar estes treinamentos também. Agora, não é todo o treinamento que não consigo executar. Minha crítica é sobre repetir histórias iguais, no caso das teorias e até algumas estruturas. E indo nesta linha veio a oportunidade de modelar cursos parte sob demanda, parte ao vivo.
E aí passo a me perceber tendo vontade de criar agendas e produzir estes materiais de forma mais organizada. Choveu hoje por aí? 😛
O mais legal de todas estas iniciativas de interação ao vivo é a possibilidade de conhecer histórias de outras pessoas e permitir criar uma pequena rede.
Então com isso existe uma parte do treinamento com algum guia de conhecimentos, mas também existe um trabalho de incerteza e criação de conhecimento e conexões de forma emergente. E isso me motiva a seguir falando e tratando de diversos assuntos.
E esta é uma das formas que estou olhando para poder seguir no processo do meu dia a dia olhando educação, ao mesmo tempo que não travo algo que seja legal pela minha incapacidade de tornar algo como rotina.
Esta organização me ajuda em outros aspectos, criando estrutura em volta do processo de produção: livros, playlists, treinamentos gravados, podcasts. E produção de conteúdo com comunidades para apoio em português e inglês.
— Daniel Wildt
Um pensamento sobre “Eu não repito palestras. Nem treinamentos.”