O resultado vem

Assuntos como art of hosting, comunicação não violenta, vendas, projetos e experimentos (hipóteses e validações) são assuntos que toda criança e jovens deveriam ter contato. Pessoas adultas, nem se fala. 🙂

Não sei o quanto está presente para vocês, mas vejo crianças pedindo de aniversário equipamento pra produzir vídeos. Vejo minha filha estudando sobre roteiros e desenhos. Desde cedo quer expressar a arte dela. E desde cedo vem “aprendendo” (infelizmente) a ter medo e receio da validação externa. E por muitas vezes escolhe não mostrar nada pro mundo. A prática não fica completa.

Todos vivemos com este fantasma rodando as nossas vidas de alguma forma. Ao longo da vida muitas vezes perdemos a capacidade de fazer perguntas e de explorar. Seth Godin diz que a gente vai aprendendo a ser especialista em perguntar sobre o tempo em elevadores.

Me parece que ao longo da vida fui perdendo a capacidade de curiosidade e a paciência da incerteza. Uma curiosidade que era vista como algo comum quando criança vai se perdendo durante um período da vida, claro, dependendo de como foi sua formação e como o ambiente escolar ajudou na sua expressão. Eu acabei querendo sobreviver ao ambiente escolar.

O esporte me ajudou a voltar a ter curiosidade sobre o aprender. A música também.

Eu me fechei para muitas coisas no meu crescimento, e me lembro que aos 20 anos dizia que nunca iria escrever nem iria palestrar. Parece que deu errado.

Hoje quando estou apoiando alguém em uma mentoria, penso que o mundo está mudando e a gente pode ajudar pra que ele mude mais rápido para quem vai chegar nele. Que o mundo tenha menos travas.

Um exemplo: o ensino de programação para crianças deveria estar com menos preocupação sobre ensinar programação e mais sobre trabalhar o pensamento computacional. Quanto mais capacidade nossas crianças possuírem para decompor problemas, entender abstrações e reconhecer padrões, mais sucesso elas terão no futuro.

Outro exemplo: o ensino de esportes deveria estar trabalhando princípios olímpicos e aspectos psicológicos, além de permitir a experimentação de diferentes modalidades e esse desenvolvimento de interesse nas crianças.

Quando você pensar em melhorar a educação, considere um projeto de pelo menos 5-10 anos para ter alguma melhora sendo percebida. O trabalho é de longo prazo. E não existe solução única.

O meu jeito de olhar para o problema de desenvolvimento do nosso país e da nossa educação, é pensar que o jogo está na base. E é menos preocupação sobre esforço / ocupação das pessoas. É mais preocupação sobre ensinar a pensar, aprender a aprender, quebrar problemas e reconhecer padrões. Problemas serão resolvidos de forma mais fácil com a prática aplicada ao entendimento do que está acontecendo.

E você pensou que eu não iria falar de basquete? Pensou errado. 😛

Argentina foi medalha de ouro no basquete em 2004, vencendo Estados Unidos inclusive, pensando assim, formando jogadores na sua base. O resultado foi uma geração vencedora, e o mundo ganhou muitos atletas excelentes.

O resultado vem. 🙂

— Daniel Wildt

Extra: este texto foi iniciado em setembro de 2017. Dois anos depois eu dei início ao desenlatar, um projeto que vou me dedicar pelo menos até 2024. Se você curte educação fica o convite para participar do desenlatar comigo. Se você tem um projeto ligado com educação, quero entrevistar você. Me procure.

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