Olá,
Eu já falei com você sobre como frustrei minhas certezas de não palestrar, nem escrever e nem dar aulas. Já falei também sobre como você me ajudou sempre a cuidar da jornada, independente do resultado que iria acontecer. Foi assim na natação, no basquete, na primeira palestra, no primeiro emprego, nas lesões, nos corações partidos e todos problemas que passamos.
Você, meu aprendiz interior, nunca me deixou dizer não para alguma coisa que eu ainda não sabia. E ao mesmo tempo, você não me deixa entrar em projetos que tenham assuntos e habilidades que já provei. Quer dizer, a gente ainda cai em alguns buracos achando que o fim vai ser diferente, mas estamos aprendendo sempre, certo? 😀
Toda vez que eu me pego em frustração, você me traz curiosidade. Possibilidades.
Eu escrevo para agradecer isso. Agradecer por todos os dias em que temos a chance de nos encontrar.
A cada novo projeto e possibilidade conseguimos parear para que eu pudesse me desafiar ao mesmo tempo que constantemente aumentamos a nossa zona de conforto. Descobrimos diferentes autores, e me recordo quando começamos a buscar poesia, filosofia e pensamentos diferentes sobre gestão. Olhamos o que acontecia no mundo e fomos para 180 graus. Parece que deu certo. 🙂
Ah. Eu agradeço e te peço desculpas pelas vezes que busquei o aprendizado na força bruta. Trabalhei muitas vezes mais que o necessário e causei alguns problemas de saúde pra gente, eu sei disso.
O lado bom é que até pra deixar de trabalhar demais a gente conseguiu criar espaço para aprender. O processo de descompressão se tornou um novo projeto e assim nasceu o Viva Seu Tempo e outros aprendizados.
A gente opera na colaboração, mas sempre buscando alguma competição, cuidando do jogo interno para tornar o caminho divertido. Estas metáforas permitem que a gente tenha tempo de prática, de treinamento e de descanso.
Falando em descanso, aqui do lado de fora reclamam que eu estou sempre ouvindo alguém ou alguma coisa, que eu não consigo desligar, nem quando estou treinando basquete ou caminhando. Acho que a gente pode tentar um projeto para isso também, mas sem pressa, pois sei ainda temos muitas perguntas na fila para serem pesquisadas e exploradas.
Falando em descompressão, te agradeço pelos princípios que foram se desenvolvendo ao longo da nossa convivência. O que eu mais gosto é o de ser inútil.
Só quero lembrar que você tem muita presença por este princípio. Você me ajuda a encontrar estratégias de engajar e compartilhar o que aprendemos em cada projeto. E até no ensinar estamos aprendendo diferentes estratégias. Acabamos aprendendo mais. E a cada vez que compartilhamos e ensinamos, abrimos espaço para novos aprendizados.
Agradecimentos mil pela oportunidade de conviver e aprender diariamente com você. Seguimos!
— Daniel Wildt
P.S.: você, meu aprendiz interno, é o que me ajuda a ser humano, é o que me ajuda a viver menos conectado com certezas, e me ajuda a documentar cada aprendizado novo.
P.S.2: Na TEDx Talk que realizei, sobre a arte de ser inútil, refletia um momento onde estávamos nos mostrando pro mundo. Olha esse pedaço da bio: “… aprende algo novo todos os dias. Busca falhar o mais rápido possível ou saber que esta no caminho certo. Se é que existe um. O importante é experimentar e buscar novas conclusões. Durante muito tempo buscou alvos só por buscar. Queria ser. Faz um certo tempo que tem uma missão, na qual fazer é mais importante que ter. O ser é consequência. A missão? … Faz isto melhorando continuamente, atualizando, falhando, aprendendo e se adaptando. No esporte, no trabalho, em todas perspectivas que a vida tem.“
5 pensamentos sobre “Obrigado por me manter curioso”