Não estamos bem? E quem ajuda?

A vida nas redes sociais indica uma felicidade constante. Após o post, muitas voltam pra sua vida sem filtro, esperando likes e reações chegarem. E lá no mundo real a vida por vezes não está tão boa assim.

O mesmo comportamento não ocorre quando alguém faz um post indicando que não está bem. Silêncio, ou respostas rápidas com frases prontas, para que sintam que cumpriram sua missão indicando que a pessoa não precisa estar do jeito que está. Que tudo vai passar. Que a vida tem que ser bem melhor e será. Que uma hora tudo passa. E por vezes estas frases chegam por mensagens diretas.

Dá para ser diferente e com mais atenção. E fora das redes sociais, ou quase.

Eu tenho usado minhas redes sociais desde o Orkut para indicar progresso em relação a projetos que trabalho, compartilhar músicas, palestras e textos que escrevo e que leio. Quanto ao consumo das redes, tenho consumido cada vez menos. E sempre que me deparo com alguma postagem que bate torta em mim, permito que uma das reações seja deixar de seguir a pessoa.

Por vezes a minha interação nas redes sociais acontece via ferramentas como buffer e hootsuite. Acabo escrevendo por ali, ou agendando. Depois quando entro em alguma das redes posso interagir com algum comentário ou resposta em específico.

Já tive duas situações que postei mensagens depois de ter me machucado fisicamente. Na teoria eu queria comentar que estava bem, e que iria me acalmar em casa, mas confesso que o resultado destas postagens me deixou pior do que eu estava antes de postar. Recebi diversas mensagens com as tais respostas rápidas.

E qual seria uma alternativa?

Muitas vezes as nossas mensagens para as pessoas são resultados de julgamentos. A gente estabelece como elas estão baseado em palavras que acabamos de ler, e desenvolvemos uma mensagem para tentar acolher. O problema é que muitas vezes o nosso silêncio seria uma resposta melhor.

Fiquei pensando em como estar ou me disponibilizar para estar próximo e apoiar pessoas. Da mesma forma, quero poder saber que tenho pessoas que posso recorrer para um espaço de escuta.

Isso não é “esquecer” de terapia e apoio profissional. Eu tenho um apoio / acompanhamento faz +10 anos e sei que este processo me ajuda muito a me entender e me ajuda na busca de tranquilidade e calma. E ultimamente o entendimento da minha raiva.

Somando tudo isso, depois de algum tempo tendo conhecido o conceito de rede de apoio, veio a parte mais importante deste processo: a ativação da rede. Estes conceitos vieram junto de aprendizados sobre comunicação não violenta e prática de escuta. Algo que nunca me sentirei experiente, algo que quero me deixar sempre no modo aprendiz.

A verdade é que estamos em um mundo que as pessoas vendem produtividade e perfeição. Eu já vendi cursos com a palavra produtividade, e hoje não consigo mais usar esta palavra com a mesma força, tanto que uso o conceito de consciência de tempo. Ser uma pessoa produtiva é diferente de ser uma pessoa ocupada.

Precisamos aprender mais com os nossos limites, precisamos saber que não precisamos estar alegres o tempo inteiro. Precisamos aprender a olhar para o que temos na nossa frente, e aceitar muitas vezes as limitações que se apresentam. Isso ajuda no que vem a seguir. A gente não controla o que acontece, mas a gente pode controlar o que fazemos depois que algo acontece conosco.

A gente não precisa ser perfeito. Nem precisamos ser pessoas altamente produtivas. Nem precisamos estar alegres o tempo todo. Precisamos ser quem somos, e termos nossas redes de apoio para nos acompanhar e nos fortalecer e nos confortar.

Precisando, e eu podendo ajudar, faça contato. Estou aqui. Eu farei o mesmo.

— Daniel Wildt

9 pensamentos sobre “Não estamos bem? E quem ajuda?

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