Alegria, alegria! Só que não. E sei que isso pode incomodar quem acompanha a feed do instagram e só vê gente feliz por tudo que é lado.
A realidade é que felicidade deveria ser vista mais como um processo. Eu acabo trocando por palavras que ajudem na minha percepção de estabilidade e tranquilidade.
Já me pediram e confesso que já pensei em fazer cursos e ficar falando sobre felicidade e outros assuntos ligados, mas eu não consigo ser alegre o tempo inteiro. Então não rola ficar falando sobre o que eu não acredito.
O que eu acredito?
Prefiro que a gente possa conduzir a vida como ela é ao máximo. Refletindo, fazendo, aprendendo. Essa busca pela realidade e pelo presente puxa muito do meu pensar de estoicismo, da temperança também, mas não pense que eu não aceito a felicidade. Aceito ela sim, assim como preciso aceitar a tristeza, a raiva, o medo e outros sentimentos que podem aparecer. Meu processo de escrita me ajuda a entender mais o que está acontecendo comigo e me ajuda a perceber como eu estou. Essa perspectiva me ajuda a criar novos movimentos, novos testes e experimentações.
Acho que digo isso sobre os diversos sentimentos e a questão de não conseguir ser alegre o tempo inteiro, porque a frustração está comigo em muitas coisas que faço… acho que todas na verdade. Meus projetos envolvem incerteza, envolvem fazer coisas que eu nunca fiz antes. Envolvem buscar algo que exige consistência e treino constante. Envolve reconhecer padrões e entender abstrações.
E a frustração está presente simplesmente porque ainda não consegui fazer algo se tornar realidade. Só que a curiosidade também está junto, e é o que me faz seguir experimentando e aprendendo, cada vez mais.
Enquanto a curiosidade for maior que a frustração, eu estarei bem. Foi algo que aprendi com o basquete e com a programação, e é algo que me ajuda em diversos outros projetos da minha vida.
Agora… feliz o tempo todo? Não. E tá tudo bem.
Que a gente possa aprender cada vez mais sobre a gente mesmo. E que possamos acolher todos os sentimentos que temos. Que a gente saiba aprender os nossos limites e nossos sentimentos.
— Daniel Wildt
8 pensamentos sobre “Eu não consigo ser alegre o tempo inteiro”