Imagina poder construir o evento com quem está presente nele? E fugir de agendas rígidas só com monólogos?
Quando estou em eventos palestrando, costumo ficar fora das salas de palestra, fazendo a conversa do corredor acontecer ou buscando espaços de roda para trocar ideia. Costumo buscar pessoas para poder operar como mentor ou receber mentoria também em algum assunto que esteja acontecendo comigo.
Por vezes espero a palestra da pessoa terminar (já vi a palestra gravada em outro evento) e já peço um espaço para trocar ideia. Muitas vezes aproveito para gravar a entrevista e publicar nas minhas redes, com a expectativa de que minhas perguntas podem ser de interesse de outras pessoas também.
Alguns eventos entendem que este tipo de conexão de conversa aberta acontece e conseguem organizar espaços físicos e até mesmo espaços na agenda permitindo que as pessoas se organizem em grupos para falar e trocar ideia sobre assuntos do interesse daquele pequeno grupo de pessoas.
Aí chegamos nos Open Spaces.
Pensa em poder permitir que pessoas possam indicar temas do seu interesse para uma roda de conversa. Cada tema possui uma pessoa proponente, que vai ajudar a conduzir a conversa. As ideias ganham poder.
Depois de uma votação se escolhe um conjunto de itens que possuem mais pessoas interessadas em. As pessoas podem votar em qual sala querem participar. Dependendo da quantidade de pessoas, a escolha fica mais pela quantidade de espaços disponíveis do que a quantidade de assuntos.
Por vezes estas 1-2 horas de troca genuína com pessoas vivendo aquele tema pode ser mais valiosa do que 5-6 horas de palestras. As palestras possuíram uma curadoria, e sem dúvida podem possuir o seu valor, mas estes espaços abertos para troca é que podem gerar um valor maior ainda, pelas conexões e pela presença. Pessoas estão com interesse de conversar sobre aquele assunto.
Quando pensar em fazer um evento, presencial ou online, pensa em criar espaços para troca de experiências e espaços de escuta para que pessoas possam se reconhecer e emergir conhecimento através das suas experiências.
O openspace acontece com quem estiver pelo tempo que fizer sentido. Quando falo de eventos que possuem agendas para um determinado espaço, costumo reforçar que é o espaço de começar, pois muitas vezes pessoas seguem conversando, a conversa se transforma em happy hour e segue adiante.
Então o espaço acontece com quem está, pelo tempo que fizer sentido, e a saída do encontro é totalmente aberta. Pode sair um manifesto, pode sair fotos, pode sair uma comunidade nova. As opções são inúmeras.
E o mais importante. Você participa o tempo que fizer sentido. Quando comecei a viver sobre Open Spaces, passei a entender sobre a “lei dos dois pés”. Se o espaço que estou participando não está sendo útil para mim, posso sair daquela roda e buscar uma outra roda para conversar. Simples assim. Não preciso dar discurso de saída, não preciso fazer textão nem nada. Só preciso sair do espaço e ir buscar algo que faça mais sentido naquele momento.
O que se espera é um espaço de respeito, de escuta, de entendimento das necessidades das pessoas ali presentes. É um espaço para ser construído e mantido, pelo tempo que fizer sentido. É um espaço de confiança, seguro, que serve para conectar uma comunidade e nutrir as relações ali existentes.
— Daniel Wildt
Extras sobre OpenSpaces: openspace world, animação sobre open spaces.
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