Toda vez que eu quero melhorar em algum assunto, procuro a base. Quais são os fundamentos que vão me ajudar?
Meu pensamento é que melhorando a minha base, minha evolução será melhor.
Isso parece óbvio, mas gerou desconforto em uma conversa que estava tendo outro dia. Uma pessoa me trouxe que isso era incoerente com o que eu apresentava, já que eu dizia que o lance era ser melhor naquilo que já se é bom.
E eu não consegui entender onde essa conclusão foi tirada. No pensamento da pessoa, a gente deveria evoluir do ponto atual. E aí eu lembrei que para aprender melhor algo que a gente já faz, precisamos primeiro desaprender a fazer.
Esse jogo do desaprender envolve conseguir mapear o que você faz.
Nos treinamentos de basquete isso é muito presente pra mim. No treino de poesia também. Toda vez que eu preciso aprender algo novo, preciso desaprender o que eu já sabia até aquele momento. E isso envolve saber porque eu fazia daquele jeito.
No caso do basquete mudar o jeito de arremessar é algo bem complicado, e envolve entender com clareza a mecânica atual. Posição de pés, mãos, olhar, velocidade, força, tem muita variável presente e disponível para trazer o entendimento.
E o que acontece então? Eu melhoro algum fundamento. Arremesso no basquete, capacidade de fazer metáforas no caso de software e poesia, capacidade de abstração se fosse algo com código fonte por exemplo.
A base me permite fazer melhor. Se eu quero tocar melhor bateria, preciso de duas baquetas e um pad para treinar fundamentos. Isso é mais importante do que o treino na bateria de verdade. Antes de acertar o jeito de tocar uma música, preciso saber funcionar com força e consistência que consigo treinar a partir de algum fundamento.
Melhore pela base. E a melhoria será muito mais efetiva e duradoura.
— Daniel Wildt
Este artigo veio depois de ler Seth Godin falando sobre a lei das médias, aqui aplicado em um contexto puramente pessoal. 🙂