Escrever: Um arremesso ou um passe?

Estes dias em uma conversa a ideia é que eu pudesse comunicar da melhor forma.

Comunicar da melhor forma.

Melhor forma.

Existe isso?

Como eu posso fazer qual é a melhor forma de escrever se não tenho mapeado como você vai ler o que eu escrevo? E mesmo que eu tenha mapeado, será que elas estão em um modo para entender o que estou trazendo? Ou vou bater em algum gatilho ou medo?

Agora… voltando pro início. Será que essa é a pergunta mesmo?

Como tudo que faço na minha vida, claro que veio uma relação com esportes.

Por vezes o texto parece consistente e pronto para levar o mundo. Se ele vai dar certo ou não é outra história. Isso eu considero um arremesso. A bola pode cair de chuá, pode bater no aro e cair, pode ser aquele arremesso que chora e cai, tem várias formas. No fim, valem a mesma quantidade de pontos independente do jeito que cair.

Agora, em alguns casos eu não estou preparado para arremessar, e a melhor opção é o passe, fazer a bola girar e obter mais ideias e feedbacks sobre o que está acontecendo.

Quanto mais incerteza você vive, mais passes você vai precisar dar. E isso envolve trabalhar com comunicação não simultânea e calma. Você quer as pessoas no melhor momento delas, então uma pergunta tipo “posso publicar” em algum aplicativo de mensagens pode talvez não ser o melhor caminho.

Cada tipo de escrita demanda uma estrutura e um certo padrão. E justamente os padrões podem ajudar no processo de entendimento da mensagem. O padrão ajuda a preparar a mente para o que virá.

A apresentação de uma proposta de tese de doutorado é diferente da apresentação de um post de blog, que é diferente de uma atualização de código fonte que pode ferrar todo o processo caso exista um erro não mapeado.

Então… pense a respeito de quais padrões você está usando para comunicar o que você escreve.

E isso é infinito? Não. No basquete uma posse de bola tem 24 segundos. Quanto tempo você tem para receber passes e colaborações de quem está com você? Eu costumo trabalhar com atualizações semanais e ter um tempo de 2-3 semanas para trabalhar em algum texto que precise ganhar o mundo e virar um novo projeto. O tempo que eu uso para trabalhar no documento não são 2-3 semanas. São algumas horas. Existe um tempo de repouso e questionamento que exige um tempo extra, para reflexão mesmo. O modo descoberta pede perguntas abertas e pede validação, que normalmente acontece através de conversas, estudos e mais escrita.

— Daniel Wildt

Extras: pitch (shape up), meu texto sobre escrever, escrever e escrever, o modelo 10-20-30 com algumas perguntas e padrões para escrever uma proposta de um negócio.

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