Em redes sociais é comum a gente engajar em posts que não deveria ter entrado. Eu escolho alguns posts onde vejo pessoas compartilhando sua falta de experiência, mas indicando pra seus leitores que aquilo é o certo e prejudicando pessoas que não tem o hábito de pensar com seus próprios modelos.
Curiosidade. Eu conheci o eXtreme Programming e as Metodologias Ágeis em 2003 quando li uma pessoa falando mal do XP. Só que eu li, achei estranho os argumentos usados, pesquisei mais e confirmei que o post da pessoa não fazia sentido algum. Ela apenas nunca tinha praticado aquilo que estava reclamando. Na época nem tinha coragem de engajar porque não tinha experiência alguma no assunto.
Passei a fazer isso em 2005 e no Agile Weekend de 2009 (26/abril) cheguei a fazer uma roda chamada “eu odeio métodos ágeis” expondo parte destes posts que “falavam mal” sem ter possuído vivência no que estavam questionando. Antropólogos de escritório, como ouvi em uma aula esses dias hehe.
Se fosse fazer essa talk hoje seria “Reconhecendo Antropólogos de escritório Agile”.

De tempos em tempos engajo em discussões. Entendo que faço isso para testar a minha paciência em bom percentual, mas também para indicar para quem chegar do nada naquele conteúdo que tem algo estranho ali. E trazendo referências onde a pessoa que escreveu e leitores podem ganhar mais contexto e conhecer outras histórias.
No fim do dia me desgasto mais que me percebo diversão nestes casos. E devo fazer cada vez menos. E por isso também vale documentar esse pensamento, já que são +15 anos engajando neste tipo de questão, desde o ICQ e listas de discussão.
Refletindo sobre isso, saiu esse texto na sequência e esse texto que você está lendo aqui. O hábito da escrita e do journaling está me ajudando em vários aspectos. 🙂
Aqui então documento a experiência e tudo que pensei hoje. Passo por mais uma situação destas no linkedin e pensei em uma feature pra incentivar aquele papo inbox e manter a rede social mais tranquila. Não exponho o nome da pessoa que motivou esse movimento porque não faz sentido mas agradeço por desafiar a minha tranquilidade. 🙂
Colo o post que fiz no linkedin aqui:
É cilada, Bino!
Hey LinkedIn: você poderia ter uma forma de indicar que um post “é uma cilada” para quem é primeira conexão.
/// Contexto: tem posts que acabo entrando pra discutir mas que do outro lado tem alguém que nunca viveu aquilo que está falando e reclamando. Só que é pior. É um troll, em 2020 eu sei, enfim.
Você fica indicando pra conexões que eu comentei. Sei que é seu interesse.
/// Problema: acontece que algumas pessoas comentam e engajam no post também. E também sei que esse é o seu interesse, mas neste caso era melhor não.
Aprendi que não devemos alimentar trolls, mas não tem como saber que uma pessoa está nesse modo. Ainda mais por aqui: contratantes vendo as pessoas discutirem coisas que nunca passaram perto e se indicam especialistas. Efeito Dunning-Kruger que chama né?
E ah. Não tô aqui pra cancelar ninguém. Quem me conhece sabe que eu tenho a frase “a natureza marca”.
/// Sugestão: o único efeito colateral positivo é que acaba aumentando conversas inbox e reconectando uma galera. Tipo do Caio me avisando que era cilada e depois eu avisando o Fernando que era cilada. Essa marcação poderia gerar mais conversas inbox quando se indica que a pessoa marcou como “cilada” um determinado post e sugerir um papo inbox. Isso pra quem é primeira conexão. 🙂
— Daniel Wildt (curtiu? Manda inbox pra gente falar mais)
Um pensamento sobre “É uma cilada, Bino!”