Parece ser tão óbvio, mas não existe o óbvio! Existe o que observamos e as percepções que temos. E o que queremos? Espaços seguros. Só que isso começa conosco e como nos relacionamos com o assunto no dia a dia.
Pensa nestas situações:
- Quando as pessoas preferem falar as escondidas.
- Quando as pessoas não se envolvem pra solução, preferem fugir porque parece que foram as causadoras do problema.
- Quando buscam falar com colegas, querem usar o espaço para falar de outras pessoas ao invés de si mesmos.
- Quando pergunta sobre algo, o colega diz para buscar no google.
- Quando o comportamento indica pra um profissional experiente que ele não pode falar com novatos para perguntar algo.
- Quando alguém tem medo de falar que errou e bota a culpa em outras coisas e não se permite estar errado.
- Quando não se permite não saber algo.
- Quando se julga ao invés de escutar.
- Quando se reage ao invés de respirar e silenciar.
- Quando se acha que a certeza de um é maior que qualquer contribuição de um outro colega.
O desafio de criar um espaço seguro está em manter e se posicionar quando ele não está sendo seguro. Faz alguns anos o Joshua Kerievisky junto com a Industrial Logic cunhou o conceito de Anzeneering (anzen é o termo para safety em japonês).
Em 2015 conversei um pouco sobre este assunto com o Alexandre Freire, na época atuando com Joshua na Industrial Logic.
Deixo como sugestão duas imagens que podem ajudar para pedir reflexão quando perceber isso com o seu time. Podem funcionar como sinais. E um ponto de atenção. Pode ser que este sinal não funcione, e alguém resolva abandar os espaço de conversa… neste caso é simples: elas não querem viver o ambiente seguro para todos, somente para elas.
E aí? Deixe elas irem buscar o seu lugar individual, onde parece ser o único local possível. Um ambiente seguro envolve poder falar o que incomoda e também ser capaz de se manter em discussão para adequar as diferentes percepções. E lembrar do que queremos.


A única certeza é que temos diferentes estados. Ficamos felizes, ficamos irritados, ficamos tristes, ficamos chateados, surpresos, não importa. O que eu trago nesta discussão de segurança, é que não podemos virar uma pedra. Precisamos ser quem somos, e ter um ambiente que seja acolhedor.
— Daniel Wildt
P.S.: Quer saber um outro momento para identificar quando você não está em ambiente seguro? Quando você está tentando se encaixar no ambiente de trabalho, ao invés de pertencer.
Update 2020: participei de uma conversa com Alexandre Freire, Henrique Imbertti e Luiz Parzianello sobre o assunto segurança psicológica.
5 pensamentos sobre “Safety ou Segurança psicológica no dia a dia”