Sempre que eu vou escrever alguma coisa eu fico me lembrando se estou escrevendo baseado no caminho que percorri, se estou falando do momento atual ou se é só privilégio.
Não que eu vá deixar de escrever, mas lembrar de onde estou vindo é importante.
Uma vez eu falava que era importante trabalhar com o que se gosta. Quem de verdade consegue fazer isso? Muitas pessoas buscam trabalhar com o que dá algum dinheiro para poderem usar em projetos que importam. Aí sim aplicando dinheiro na sua paixão, seja arte ou esporte ou artesanato ou escrita ou outro assunto.
Hoje eu falo que precisamos trabalhar com o que pode nos gerar o conforto que buscamos. Desenho de estilo de vida.
Eu dei muita sorte de fazer uma faculdade que conectou com o assunto programação, que eu aprendi e que gosto muito. Aí também me lembro que por um bom tempo tive apoio de família com os custos dos estudos, que é baita privilégio não precisar se preocupar com contas.
Quando precisei me preocupar já tinha habilidades para poder procurar trabalho que pagasse melhor dentro da minha própria área.
Aí quando alguém me pergunta, se é bom fazer faculdade? Com certeza é, mas qual o teu contexto agora?
Muitas pessoas precisam de um trabalho neste momento, para depois pensar em fazer uma faculdade. Muitas vezes indico algum tipo de formação profissionalizante, técnica, que possa acelerar a entrada no mercado, para poder gerar algum tipo de valor financeiro. Dependendo da origem da pessoa, se ela já tinha alguma outra habilidade, que se busque um trabalho se usando das habilidades já existentes, quando se está buscando mudar de mercado. Não deixe de lado suas habilidades.
Mas essa pergunta ganha muitos caminhos diferentes. Tem gente que adoraria fazer Mestrado, mas como parar ou conciliar com o trabalho atual ou conseguir custear os estudos em instituições pagas? Agora se o objetivo de ir pro lado da pesquisa é poder principalmente ministrar aulas em instituições de ensino, quem sabe validar se é uma habilidade que se quer realmente desenvolver primeiro? Olhar formas de dar aulas em ONGs, em escolas técnicas ou escolas profissionalizantes, palestras e outras formas de ensino?
E lembrar sempre. Não é só uma questão de tempo. Não temos as mesmas 24 horas. Isso é posto. Cada pessoa tem um caminho único, com seu contexto, ambiente que vive, conexões e privilégios. Aceitar isso como premissa é importante. Ajuda a desenvolver os próximos movimentos.
Tem pessoas que esperam criar algum tipo de alavanca para poder utilizar o trabalho de outras para poder crescer financeiramente. Outras querem usar a sua força de trabalho dentro de ocupações que podem pagar cada vez melhor, conforme tempo de dedicação e especialização aumentam. Outras querem achar algum modelo de negócio para poder custear o seu trabalho, quase como se pudessem trabalhar de graça para outras pessoas. Pessoas que produzem conteúdo por vezes buscam patrocinadores, trabalhos patrocinados, visualizações, para poderem gerar o valor financeiro que precisam. Meu projeto filosofia da tranquilidade é um pouco disso.
Coloca nesse cálculo o custo de vida e estilo de vida que as pessoas buscam viver. Algumas esperam ter dinheiro para um helicóptero e uma boa mesa, um café da manhã com ovos mexidos, coisa simples como umas viagens para assistir campeonatos de tênis, como uma pessoa falou estes tempos em redes sociais. Outras querem uma vida realmente simples, morar no interior ou no litoral, sem grandes contas, podendo se planejar para um passeio ou viagem mais longa de vez em quando.
Caminhos.
O mais relevante deste processo? Prestar atenção nas pegadas que se deixa e prestar atenção nas opções que se formam, talvez seja o mais relevante. Eu vivi muito tempo no piloto automático. E por vezes volto pra esse processo. Hora de acordar.
— Daniel Wildt
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