Chuva

Toda vez que chove, fico apreensivo. Chuva deveria acalmar, mas aqui dá medo. Fico pensando nas telhas, fico pensando em ruas de Porto Alegre que mais uma vez vão passar por problemas.

Chuva deveria servir para celebrar um dia, tipo uma recompensa. Uma calma de fim de tarde ou aquela trilha sonora de um sonho tranquilo.

Mas nem sempre funciona assim. Em Porto Alegre, faz tempo que não.

E eu tomei chuva chegando no meu destino, que não era casa. Digitar no celular é um movimento que não me lembra que estou todo ensopado neste momento.

Ganhei por ser presente e mais uma vez paciente com o tempo de outras pessoas. Me deixei de lado. Agora, totalmente molhado e tendo que ressignificar o caminho até aqui, na poltrona 93 da fila A11.

Motivo de revista, e assim sigo para a escrita.

Crianças conseguem tomar banho de chuva e ver felicidade. Um dia eu consegui também.

Presentemente, estou mais pra cansado, frustrado e ensopado. E amanhã vai acontecer outra coisa que vai tentar me frustrar, mas sei que é passageiro. Igual a chuva.

E nem é segunda-feira ainda. Que o jazz seja condução.

— Daniel Wildt

P.S.: Escrito entre um show e outro do Porto Alegre Summer Jazz Festival.

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