Consciente do seu lugar?

Eu por vezes acho que as pessoas se perderam.
Depois fico refletindo se elas em algum momento se acharam.
E eu que fiquei perdido? Vai entender.

Meu penso é que nos falta consciência. Somos quem podemos ser, sonhos que podemos ter? Só que por algum motivo queremos nos comportar com base em quem não somos.

Me parece que queremos “sair” de um grupo ao invés de melhorar as condições do grupo que fazemos parte atualmente.

Por vezes achamos que operando de forma solitária iremos mudar algo que é dominado por um conjunto pequeno de pessoas, que se dizem independentes, mas na prática operam em bloco.

Um poder invisível por vezes, mas que ali está presente. O “status quo” é assim, uma força potente, quase invisível, mas ao mesmo tempo altamente poderosa e capaz de enfrentar qualquer movimento de mudança, até encerrar o mesmo.

Ouvi esses dias que quando alguém quer saber sua opinião, quer saber mesmo é a opinião dela sendo dita com a sua voz. Eu infelizmente acabo indo contra essa regra e certamente frustro muita gente. Só que fico pensando como grupos buscam convencer pessoas de que não é preciso mudar. Estas pessoas que não entenderam ainda. Elas precisam se encaixar.

O que é pior neste jogo que parece solitário, é que em dado momento as pessoas querem deixar de resolver o problema do grupo e passar a fazer parte do outro grupo, que tem mais “destaque”. Entra o individualismo na equação. Vou garantir o meu. O conceito de máscaras de oxigênio é importante, mas neste caso a reflexão com o todo é mais importante.

E aí Paulo Freire nos lembra a clássica frase:

“Quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é ser o opressor”
— Paulo Freire.

E assim o status quo se mantém.

Como mudar?

Uma comunidade de prática é uma forma de organização.
É uma forma de operar em bloco.

Sindicatos, associações também servem para isso. Empresários, representantes de indústria, agro e outras categorias de algum modo possuem suas formas de operar em bloco.

E as pessoas trabalhadoras, como fazem?

Criamos uma tal liberdade de “não querer ter horário nem chefias”, mas não queremos operar no modo freelancer. Queremos certezas? É importante entender as diferentes formas de engajamento em projetos e formas de operar.

Eu não sei você, mas eu estou mais perto de ser um miserável do que um bilionário. É muito fácil “perder tudo” na vida. Já vi isso de perto em algumas histórias que acompanhei, vivi e acompanho.

O que significa ter consciência de onde estamos?
Deixo alguns pontos que uso para me educar:

  • Qual é a estrutura social presente onde vivemos?
  • Qual é a estrutura econômica presente no nosso contexto?
  • Como são as dinâmicas de poder?
  • Como são as dinâmicas de desigualdade?
  • Como as pessoas que fazem parte do seu grupo se mobilizam? Quem são estas pessoas? Elas tem um pensamento de inclusão (mudar e melhorar onde estamos) ou de exclusão (passar para outro grupo)?

Desigualdade acontece de várias formas. Entendo que meu trabalho é ajudar a diminuir as distâncias. Diminuir a desigualdade.

— Daniel Wildt

P.S.: informação que apareceu no final da escrita deste texto. Segundo o fórum econômico mundial, precisamos de pelo menos 134 anos para alcançar a paridade na questão de desigualdade de gênero.

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