A caminhada nunca é uma linha reta.

E se foi, pode ser resultado de uma vida de “ocultamento” de opções. Triste? Se não era sabido que poderia ser diferente, talvez nem exista espaço para esta reflexão.

Aqui considero que temos uma direção, mas diversos caminhos podem nos fazer chegar no destino. Distâncias e tempos estão aqui presentes. É sabido que existem diversas formas de construir experiência. E não existe um caminho ideal, até por partirmos de lugares diferentes. E é necessário lembrar disso.

Exemplo: eu acho importantíssimo que as pessoas escolham pelo menos um curso profissional de mais longa duração. Um curso técnico, uma graduação.

Não posso impor isso em um processo seletivo, pois por vezes as pessoas precisam estudar ou sobreviver. Logo, não é uma escolha. Muitas pessoas, no caso de tecnologia, vão buscar algum curso de curta duração e alguma vaga na área, primeiro. Depois, podem pensar sobre o assunto.

E nem posso deixar de achar importante, não posso ignorar a capacidade de persistência de alguém em realizar alguma destas jornadas. Ou que a pessoa demonstre, nem que seja por uma graduação informal, de que existe um caminho de aprendizagem com uma visão de médio / longo prazo.

Em alguns casos, dependendo da profissão de interesse, existe um caminho formal para chegar no destino. E não dá para ignorar este fato. E nem podemos esquecer dos privilégios presentes na nossa sociedade, e como podemos ampliar e amplificar nossa capacidade de conectar com pessoas e suas missões.

No caso de tecnologia, lembrar que capacidade de abstração, reconhecimento de padrões e fatiar problemas em problemas menores são características importantes, bem importantes… a nossa capacidade de trabalhar algoritmos vai ser resultado deste processo.

E não precisamos só de código para vivenciar estas habilidades. Já contratei pessoas para a área de tecnologia que atuaram como “Chefs de cozinha”. Elas tinham trabalhado em outras áreas ligadas com tecnologia, mas não me importava. Eu, ao entender o funcionamento de equipe, imprevistos, rotina e padronização, conseguia pela experiência de Chef mapear o que eu precisava para o trabalho na equipe que estava contratando. A pessoa não achava importante, e até quase pediu desculpas quando falou que tinha ficado um tempo “longe da tecnologia”.

Eu sempre peço que as pessoas não deixem para trás o que elas viveram em experiências anteriores. Todas experiências são válidas e nos construíram até aqui. Por isso que considero que as estruturas profissionais, seja T, Pi, ou W, muito válidas. Nada contra a ultra especialização. Só que é preciso ter consciência que se está fazendo isso. O futuro pode ser vazio e mais demorado para se recuperar.

Ao longo da vida poderemos atuar em diferentes projetos e jornadas. E muitas das nossas habilidades não precisarão vir necessariamente de trabalhos remunerados. Em eventos, uma das habilidades que tenho, tive a chance de atuar profissionalmente com o assunto, mas muita da minha capacidade e vivência veio também de atuação voluntária.

Faça mais do que você quer evoluir e se tornar excelente. As suas identidades vão indicar quais assuntos você deveria explorar mais e mais. Existem diversas estruturas de aprendizagem que podem ser utilizadas para aprender mais sobre um determinado assunto.

Mais um exemplo: quero palestrar, mas não me chamam para palestrar? Faça vídeos com suas palestras. Produza seus eventos. Chame outras pessoas. Faça rodas de conversa e grupos de apresentação com pessoas que querem palestrar melhor.

O que eu vejo de comum de todas estruturas que avalio e aprendo: a conexão com o mundo real é algo não somente útil, mas necessário.

Que caminho está se criando hoje para você?

— Daniel Wildt

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