No que você diz acreditar, quais seus argumentos?

Eu fiquei querendo entender dias atrás sobre alguns comportamentos. E na lógica da justiça e da injustiça, apareceu a persuasão e a retórica, assuntos que não retomava fazia um tempo. Isso também dentro do contexto de narrativas e das notícias falsas, que nos impactam diariamente.

Uma destas histórias me fez lembrar do tal diálogo de Górgias, na questão do entendimento da retórica como instrumento de poder, ao invés de instrumento da verdade.

No fim do dia tem a ver sobre como as pessoas se posicionam. E junto disso, em quem acreditam e sobre o que questionam.

Ah, eu acredito no que a pessoa X fala, ouvi outro dia. E se a pessoa for simplesmente incompetente? Esses dias também li uma pessoa deputada indicando que um grupo de pessoas políticas, supostamente de oposição, foi contrária a uma certa proposta para o estado do Rio Grande do Sul, onde moro. Um absurdo, em princípio. Depois ao analisar a situação, o que se demonstra é que tal pessoa deputada supostamente não sabe fazer o próprio trabalho. A pessoa fez uma proposta que não caberia no contexto. Na verdade, não poderia nem ter sido proposta. A palavra e proposta da pessoa não tinha força alguma no contexto, e mais que isso, atrapalhava o projeto envolvido. Como posso aplaudir e ser aprovador de um ato de pura incompetência?

Esse item me lembrou de que não importa quantos projetos e emendas uma pessoa deputada propõe… o que importa é quantas foram aceitas e acatadas. Talvez um pouco da relação de uma pessoa pesquisadora e sobre artigos aceitos em congressos? E não somente artigos submetidos?

A conexão com o mundo real sempre vai ser uma métrica importante.

Outro exemplo é a Anitta lançando uma música, um Funk, e ter muitas pessoas criticando o fato dela ter aparecido no clipe da música em um Templo Afro-Brasileiro. Os fãs estavam criticando o fato dela estar próxima da sua religião? E sobre o Funk, as pessoas estavam criticando algo? Pois… se um pouco mais estudassem, as pessoas iriam descobrir que a base do Funk (falando de Brasil) pode ser um “toque para Ogum” (Avamunha para Ogum), usando atabaques, instrumento importante neste contexto. Um dos documentários que separei para seguir nos estudos chama “The Beat Diáspora“, que no primeiro episódio tem uma história interessante sobre esse “reconhecimento”.

Toda vez que um assunto me chama atenção, vou atrás de um pouco mais de detalhes. E vou atrás de teorias e histórias ao redor do assunto em questão.

Exemplo, sobre o problema que o Rio Grande do Sul está passando, vi pessoas comparando com o desastre que aconteceu nos Estados Unidos, do Katrina, em 2005. A partir disso, lá vou eu tentar aprender mais sobre o episódio e suas possíveis relações. Nestas buscas, encontrei uma referência de um documento com lições aprendidas daquela época. Sobre participação de ONGs, entidades privadas e as diferentes instâncias do governo, municipal, estadual e federal. Sobre investimentos de recuperação. E assim vai.

No fim do dia, acho que eu gosto de operar nestes casos de pesquisa com o conceito de Certezas, Suposições e Dúvidas. Dúvidas me permitem fazer novas perguntas, suposições podem ser estruturas que aceito como verdade ou mentira pois não tenho a informação ainda completa. Ainda não tenho formas de responder as suposições, mas preciso seguir em frente. E sobre certezas, tenho dados, fatos e ferramentas que me embasam. E lembrando que dependendo das fontes, uma certeza pode não ser realmente uma certeza, em virtude da narrativa e da fonte da informação.

Boa sorte nos seus argumentos. Que você consiga atuar com justiça, caso precise trazer retórica e persuasão para o seu processo.

— Daniel Wildt

P.S.: sobre diálogo de Górgias, mas busque as referências sobre retórica, persuasão e estas estruturas de lógica e argumentos. E no contexto em questão, Sócrates também.

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