Tenho pensado sobre princípios que ajudariam uma empresa na sua operação e garantindo o máximo de impacto. Caí em uma mistura dos princípios do manifesto ágil com outras estruturas, não necessariamente manifestos, talvez conjunto de princípios…
E nem é um papo sobre gestão onde tempos atrás eu pensei em 11 formas de gerir melhor.
Aqui vou tentar pensar em princípios que tenho pensado para um dos meus projetos que vai crescer de tamanho e tenho classificado como um experimento social.
Posse Coletiva. No eXtreme Programming existe uma disciplina onde as pessoas deveriam poder atuar em todas partes do projeto conforme o seu interesse. O que acontece é um lance de consenso que eu preciso conhecer uma parte do projeto para poder deliberadamente trabalhar nela. Aí começam estruturas de pareamento e coisas neste sentido. Eu gosto de pensar que se eu tenho interesse de trabalhar em uma parte diferente do projeto mas não tenho o conhecimento prático, e não tenho a disponibilidade de outras pessoas para apoiar em pareamento… o que me sobra é o funcionar com o conceito de inner source. Neste caso eu vou contribuir com o projeto da forma como eu faria com um projeto open source. Vou mandar uma contribuição para aprovação de uma pessoa da equipe. Se fosse em um documento de texto ou apresentação, faria modificações no formato de sugestão, onde a pessoa poderia aprovar ou não minhas sugestões.
Autogestão. Eu gosto muito do princípio da Basecamp, do “manager of one“. Você consegue fazer a gestão do seu trabalho, assim como do seu tempo. A partir disso, podemos organizar e priorizar demandas e entender o que faz mais sentido para o agora. E podemos entender a auto organização também como parte deste processo de funcionamento. Conforme a necessidade as pessoas vão se juntar e se atuar conforme a demanda está requisitando.
Horários Flexíveis. Meu entendimento é que as pessoas deveriam poder operar nos horários que mais fizer sentido para elas. As pessoas devem encontrar e definir seus melhores horários para trabalhar e organizar necessidades de sincroniza com pessoas da equipe que elas precisam trabalhar mais próximas. O trabalho com o olhar da não simultaneidade é importante, quando possível. Os horários de trabalho devem considerar restrições pessoais, necessidades da equipe e necessidades do cliente em atendimento.
Linhas de receita comuns. Tenho testado um conjunto de produtos e serviços onde a sua realização ou contratação não gera receita diretamente para mim. Nestes casos o resultado para um fundo comum da empresa. A ideia é que toda pessoa participante da empresa tenha uma linha de receita onde o trabalho ali executado gera resultados pro comum. No modo como estamos organizando isso, são treinamentos gravados e sob demanda. A venda destes gera o resultado pro comum. E de tempos em tempos, o valor que excede um piso de caixa vai ser distribuído para as pessoas participantes.
Equidade econômica. Como estamos distribuindo as oportunidades e recursos que podem ser usados pelas pessoas prestadoras de serviço. Penso na estrutura de oportunidades e recursos como possibilidade de pensar em situações, como por exemplo:
- Se eu tenho um faturamento mensal interessante com clientes já em operação, e aparece uma nova oportunidade de cliente para atender, a minha primeira reflexão é sobre alguma pessoa da minha sociedade que está precisando atuar com mais horas de trabalho. Neste sentido vou tentar priorizar que o trabalho seja executado por ela.
- Vou ajudar ativamente as pessoas da minha equipe a terem sucesso, através de oportunidades, qualificação. Fazendo isso, sei que teremos mais capacidade de atuação e capacidade de gerar novos negócios.
Responsabilidade ambiental. Qual o impacto das ações que são realizadas. Isso envolve deste impressões de materiais e tipos de materiais produzidos. Também um aspecto tecnológico, em uma reflexão sobre a tal pegada de carbono que a empresa gera a partir das suas pessoas ou das atividades realizdas.
Fornecedores e parceiros de impacto. O olhar na escolha de fornecedores e parceiros também reflete o modelo e aspectos do modelo. Queremos empresas atuando conosco sabendo que elas também buscam valorização das suas pessoas e características de geração de impacto.
Transparência. A empresa gera informações abertas do que acontece e todos valores gerados estão abertos para quem faz parte da empresa, seja para auditar ou validar o que está acontecendo. No início de cada mês é gerado um pacote de dados que “fecha” o exercício do mês anterior e consegue demonstrar o que aconteceu. Fora isso, tenha sistemas que demonstram o mês em andamento.
Comunidade, impacto e presença. Queremos gerar qualidade de vida e melhores condições para pessoas e profissionais que atendemos através dos nossos diferentes serviços. Queremos estar presentes no processo de melhoria contínua das pessoas e unir estas pessoas em movimentos de comunidade.
Liderança situacional no lugar da hierarquia padrão. Uma empresa se constitui de pessoas que podem exercer determinados papéis. Que se defina quem atua em quais papéis e a partir disso, que se tenha clareza da responsabilidade destes papéis. Se um determinado trabalho não estiver sendo realizado, alguém vai precisar assumir um novo papel e dar conta do que precisa ser feito.
Essa lista não é definitiva, nem essencial. São itens que tenho refletido e aos poucos eles vão se tornando “a prática” na forma como modelo meus negócios.
Existe algum outro item que faz sentido considerar? E algum que não faz sentido para você?
— Daniel Wildt
Venha junto! Consciência de tempo, projetos paralelos e apoio no seu caminho de aprendizagem, através do projeto A Filosofia da Tranquilidade! Olha também a newsletter e projetos do agora.