Ouvi esses dias que para ser feliz a gente precisa trabalhar com o que não gosta.
Tenho percebido que eu foco em uma série de coisas que eu não gosto no trabalho, mas faço pois sei que ter estas coisas resolvidas vão facilitar o trabalho da equipe e vão deixar meus dias mais tranquilos.
Isso vai me tornar em breve não em um possível Diretor de Tecnologia, mas em um Diretor do Tédio (Chief Boring Officer) que ativa equipes altamente produtivas.
E pensei aqui também que desejar nunca venceu a chantagem.
Exemplos que você deve ter vivido ou visto na sua infância (leia com aquela voz que você sabe qual é):
- Como você não comeu toda comida no prato, não tem sobremesa.
- Se você não arrumar o seu quarto, não vai ganhar presente legal no Natal.
- Se não fizer a tarefa de casa, não vai sair pra brincar.
- Se você não lavar a louça, não vai ter mesada.
- Se você não bater a meta, não tem pagamento extra no fim do ano. 😛
Quando a gente entende na vida que fazer as coisas chatas primeiro nos cria tempo, a gente passa a entender que pode atuar em proatividade para questões que a maioria das pessoas não está nem aí para olhar.
E deixar estas coisas chatas não feitas e deixar elas acumularem vai causar um problema maior ainda. Já tentou arrumar um armário depois de ter ficado muito tempo sem ter arrumado o tal armário? O trabalho é muito maior. Manter e ter disciplina de manter é sempre o mais difícil.
Só que algumas pessoas só vão prestar atenção no que importa quando o assunto explodir e influenciar outras partes do processo. Só que aí estamos com o armário todo desarrumado, pois nos disseram que era para manter a louça limpa.
E agora não temos roupa pro inverno.
Ter consistência no que a gente faz é algo importante e talvez mais importante do que a quantidade de coisas que a gente faz. Tenho visto isso quando deixo de caminhar o quanto eu gostaria em um dia e quero compensar no outro. O dia seguinte ao “compensar” é bem mais difícil que os outros dias. O mesmo vale nos meus treinos de arremesso. O mesmo vale na escrita. O mesmo vale nos estudos em geral e nas leituras. O mesmo vai valer em qualquer atividade que precisamos de foco e tempo contínuo. Então…
- Então o que compensa é consistência.
- Então o que compensa é priorizar o que é chato (eu já tinha me lembrado disso em 2015).
- Então o que compensa é realizar. Fazer.
Hora de proteger o tempo. E ter tempo de progresso.
E deixar para lá quem vive no modo chantagem.
— Daniel Wildt
P.S.: esse texto não tem nada a ver com infância.
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