A gente deveria funcionar como funcionava no jardim de infância. A gente tinha projetos, desenhos. A gente brincava, sozinho e também em pares e grupos. A gente se dedicava a uma certa atividade, com paixão, e depois celebrava um desenho ou um boneco feito com palitos de picolé. E a gente aprendia e pensava enquanto brincava. Até a matemática pode funcionar neste formato.

Só que por algum motivo, a gente perde isso. É o medo de não ter o que comer em algum momento da vida? De acabar o crédito? Das dividas que criamos?

Quando pensei no projeto Desenlatar, eu tinha iniciado um pensamento de formas de ensinar, para cativar e cultivar mais as pessoas ali presentes no processo de aprendizagem. Logo descobri que o problema não estava nas técnicas de ensinar… as pessoas responsáveis pelos processos de aprendizagem tem todas elas.

A questão é querer fazer um processo massivo quando ele tinha que ser não apenas personalizado, mas deveria partir de quem está querendo aprender. E isso muda todo o processo. É bem menos escalável por precisar de mais atenção de pessoas professoras e tutoras, mentorias, estruturas de apoio e laboratórios para poder dar conta de tudo isso.

Mas não vejo outra chance a não ser essa. Precisamos criar seres criativos. Precisamos voltar a ter espaços de aprendizagem onde as pessoas podem criar seus projetos e guiarem seus processos de descoberta, buscando pares, buscando em parte assuntos que se tornem pequenas paixões e que tenham estes momentos de pensar enquanto brincam com as estruturas.

Vem junto?

— Daniel Wildt

Jardim de Infância para toda a vida (link de afiliado) é um livro que estou consumindo neste momento, e somando com outras leituras sobre ensino e sobre crianças aprendendo, só consigo entender que a industrialização do ensino ferrou (e ferra e ferrará) todo o processo. Éramos para ter ambientes e uma sociedade mais aberta e esperta por assim dizer. Temos opressão e boletos. Parece que erramos. Como preparar as pessoas para esta necessidade de pensar e atuar nos seus fluxos e seus projetos? Não pode ser uma ação para pessoas privilegiadas.

Venha junto! Consciência de tempo, projetos paralelos e apoio no seu caminho de aprendizagem, através do projeto A Filosofia da Tranquilidade! Olha também a newsletter e projetos do agora.