Sabe que me incomoda bastante quando estou falando com alguém sobre uma vaga de trabalho e vem a pergunta… mas… e qual vai ser o meu cargo?

No meu jeito de pensar o cargo pode ser o que a pessoa entender ser possível e de interesse pra ela. Pelas leis trabalhistas do Brasil, esse jogo não é tão simples e direto assim, e precisamos de algum modo minimalista organizar cargos dentro das empresas. Cargos que indiquem a evolução do tempo de experiência e responsabilidades desta pessoa dentro da empresa.

Duas coisas acontecem de forma comum em processos seletivos que participo. De mostrar para as pessoas que a capacidade de gerenciar delas é mais importante que um cargo de pessoa gerente. E que ela deveria se preocupar a entender quais responsabilidades e papéis ela tem capacidade de operar dentro da organização.

Pessoas confundem cargos com escopo. No dia a dia das empresas você resolve problemas baseado no conhecimento e habilidades que possui.

E se o trabalho do dia a dia fosse a gente poder entender em quais problemas queremos resolver?

Temos no cargo uma sensação de poder mas quando as pessoas descobrirem que o poder está nos papéis e nas responsabilidades que podemos assumir, o jogo vai ser bem mais interessante. Isso tem relação também com pessoas que param de medir o seu trabalho por tempo e ocupação, e passam a organizar o seu tempo por responsabilidades e valor entregue.

Importante deixar isso bem claro: eu não sou contra a hierarquia. Ela é inevitável.

Agora, uma ação consciente de responsabilidade nos permite atuar de forma presente no que fazemos no nosso dia a dia.

— Daniel Wildt