Eficaz

Estamos na sociedade da eficácia? Estamos gerando resultados que são esperados, mas e o que acontece ao redor?

Antigamente era um benefício nas empresas oferecer plano de saúde e vale alimentação. Nos dias atuais, o reforço de apoio psicológico e terapia não me reforça que ali será encontrado um ambiente seguro, mas um ambiente que vai fazer você querer usar este benefício.

Denise Fraga, atriz excelente no que faz comenta em um evento que estava assistindo sobre pessoas que tem sucesso e estão infelizes, e puxa esse conceito da “sociedade da eficácia”. Essa é a realidade de uma série de pessoas, que estão vivendo “na eficácia nos seus empreendimentos”, mas a eficiência ficou de lado quando olham para suas vidas e o impacto negativo muitas vezes. Por algum motivo achamos normal termos doenças que são causadas a partir do excesso de trabalho.

Estas pessoas entregam o resultado esperado (eficácia) mas o impacto não é eficiente. Elas se perdem muito no caminho, e por vezes vão dizer que “faz parte” ou “é o trabalho”.

Por vezes, quando se vive um movimento de exploração do trabalho por “precisar” ser feito… nos afastamos da nossa arte e começamos a sofrer com a alienação da pessoa trabalhadora. E nos perdemos na condução da nossa vida e da nossa arte como força.

Trazendo para meu dia a dia de escritor, a minha produção não acontece por causa da quantidade de pessoas que seguem meus escritos. Eu escrevo. Meus textos vão funcionar e me destacar quando fizerem sentido para outras pessoas. E isso pode ser hoje, amanhã ou nunca.

Tenho certeza que se eu resolver mudar a lógica e produzir ou perder foco do meu processo base que é escrever, deixarei minha potência e meu potencial a ser desenvolvido de lado. Focar em questões ao redor da minha arte pode ser eficaz, mas não será eficiente se eu parar de produzir o que importa, neste caso, minha expressão e ideias sobre diferentes assuntos que me especializo.

Se é eficiente, é sustentável. Aí podemos falar sobre ser eficaz.

— Daniel Wildt

P.S.: Rodrigo Suricato, artista, músico, cantor e um pensador como gosto de chamar, fez um vídeo sobre este processo da arte e da comercialização da arte. É um jogo difícil, como ele mesmo comenta no exemplo de Van Gogh e pensando em trazer para os dias atuais.

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